O termo História vem do grego e
significa "testemunha". É um termo genérico geralmente aplicado em
referência a ocorrências passadas. Como campo de estudo, o termo 'História' se
refere a historia humana, a qual é um registro evolutivo das sociedades
humanas.
Muitos alunos ainda identificam história como matéria que se memoriza. Nada
mais grotesco ou anacrônico. Essa distorção é, em parte, herança da ditadura
militar que impôs um ensino acrítico e não-reflexivo. Os tempos mudaram, mas
alguns problemas persistem: a falta de leitura, a mercantilização, a má
qualidade do ensino e sua desvinculação da realidade. Isso, é claro, incide
sobre o estudo da história.
Mas, afinal, o que é história?
É o estudo do passado para entender o presente, mas de um passado vivo, que
está presente em nós. Vejamos, por exemplo, as conferências e os debates que se
fazem sobre o racismo. Tais debates nos remete aos séculos do colonialismo, da
escravidão e do tráfico de escravos. Duas visões estão em conflito: a dos
países ricos e a dos pobres.
As origens do conflito estão ligadas ao processo de afirmação e de expansão do
capitalismo desde o século 15. Nele, os países do norte ficaram cada vez mais
ricos e os pobres - cuja situação se agravou com a globalização e as políticas
neoliberais - ficaram ainda mais pobres. Estes exigem reparações, pelo que
sofreram.
Em nome do progresso e da civilização, os países capitalistas dominaram
africanos, asiáticos e latino-americanos, sujeitando-os à miséria, à humilhação
e ao preconceito. Daí o conflito: os pobres clamam por justiça e pelo fim do
preconceito. A chama reacendeu-se, o passado vive.
A luta dos negros, dos índios, dos ciganos e dos migrantes, vítimas da
xenofobia, é mais um sintoma de que a história não pode ser vista de forma
única, homogênea, apenas pela óptica dos dominadores. Cada povo tem sua
cultura, seus projetos e seu modo de vida, o que, por si só, questiona a visão
etnocêntrica, a pretensa superioridade de uma civilização sobre a outra - no
caso a branca, ocidental e cristã sobre as demais.
As vítimas do preconceito e do desemprego são hoje herdeiras de séculos de
dominação e de exclusão social. Essa relação - passado e presente - constitui a
essência da história. São as inquietações do presente que nos levam a
reinterpretar o passado. A história é, portanto, uma ciência do presente.
A história não só está viva como é a própria vida.
Fonte: http://www.clerioborges.com.br/historia00.html