Civilização Grega:
a constituição da cidadania clássica e as relações sociais marcadas pela
escravidão
Parte 1/2
Parte 2/2
O Antigo Egito
29/05/2012
Parte 1/2
Parte 2/2
Além dos fatores de ordem natural, devemos salientar que a presença de um Estado centralizado, comandado pela figura do Faraó, teve relevante importância na organização de um grande número de trabalhadores subordinados ao mando do governo. Funcionários eram utilizados na demarcação de terras e cada camponês era obrigado a reservar parte da produção para o Estado. Legumes, cevada, trigo, uva e papiro estavam entre as culturas mais comuns neste território.
Observando as grandes construções e o legado do povo egípcio, abrimos caminho para um interessante debate de cunho histórico. Tomando como referência as várias descobertas empreendidas no campo da Astronomia, Matemática, Arquitetura e Medicina, vemos que os egípcios não constituíram simplesmente um tipo de civilização “menos avançado” que o atual. Afinal de contas, contando com recursos tecnológicos bem menos avançados, eles promoveram feitos, no mínimo, surpreendentes.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Artigos de "Egito Antigo"
Mesopotâmia, significa: Terra entre dois rios...
Vamos assistir o vídeo para compreender melhor?
PARTE 1
PARTE 2
As Grandes Civilizações
Aula: dia 30/05/2012
Parte 1/2
Parte 2/2
Mas quem era cidadão em Atenas (capital da
Grécia)? Vamos procurar entender. Não eram todos os habitantes da cidade!
Em uma população calculada em 400 mil pessoas, eles somavam 40 mil.
Deve-se
entender que a noção de cidadania para os gregos estava intimamente vinculada à
defesa militar da cidade. Somente aqueles que estavam aptos para o combate
e dispostos a arriscar a própria vida para defende-la tinham o direito à
cidadania plena. Encontravam-se nesta categoria todos os guerreiros que
fossem também proprietários de terra e, portanto, capazes de se equipar às
próprias custas. Com base em tais critérios, mulheres e crianças estavam
excluídos dessa categoria por não serem combatentes, apesar de leais à cidade.
Os escravos, em geral capturados em guerra, eram considerados potenciais
inimigos. Quanto aos
estrangeiros, as cidades gregas jamais mostraram disposição para incorporá-los.
Ao proibir que adquirissem
terras, deixavam clara esta disposição. Por isso não lhes era atribuída a
responsabilidade de defender a cidade e, conseqüentemente, não se cogitava
em que se tornassem cidadãos. Tudo isso fazia com que o universo
de cidadãos se restringisse a escassos 10% da população. Em comparação com
o moderno conceito de democracia, a grega era bastante limitada, pois, de
fato, excluía a maioria da população das decisões políticas. A
democracia grega difere da moderna ainda em outro ponto: era uma
democracia
direta, enquanto a nossa é representativa.
ESCRAVISMO
e DEMOCRACIA
O direito grego considerava escravo, simultaneamente, uma
pessoa que tinha direito à proteção
e uma mercadoria que podia ser vendida, doada, leiloada. Enquanto ser
humano, fazia parte de uma
comunidade doméstica que o protegia, sendo tido come membro da família de seu
proprietário.
A
civilização grega é considerada, desde muito tempo, como a mais refinada e
expressiva da
antiguidade. No entanto, existem dois aspectos básicos que merecem uma reflexão
maior, quando se analisa
aquela civilização: a escravidão e a democracia.
Com
relação à escravidão, sua importância foi tão significativa que os autores
marxistas
consideram a Grécia e Roma como sociedades que vivenciaram o modo de produção
escravista. As cidadesestado gregas tornaram a escravidão pela primeira vez
absoluta e dominante, transformando-a, desse modo, em modo de produção bem
definido.
Sem a escravidão, não haveria o Estado grego, não haveria arte nem ciências
gregas. Sem a escravidão não haveria o império romano e sem a base do
helenismo e do Império Romano não haveria o mundo moderno. Foi nas cidades
‗comerciais‘ – e principalmente em Atenas – que o escravismo grego
alcançou verdadeiro apogeu. Fora as atividades políticas, privilégios dos
cidadãos, quase não houve ofício ou ocupação em que não encontrássemos
escravos. As tarefas domésticas parecem ter sido uma das poucas atividades
rejeitadas pelos cidadãos. O escravo urbano ocupava-se nas tarefas de
produção domésticas. Buscava os gêneros alimentares na propriedade
senhorial ou comprava-os no mercado e preparava os alimentos. Fiar, tecer,
e confeccionar vestimentas eram outras importantes atividades,
principalmente da escrava. Estas tarefas eram dirigidas pela senhora da
casa; não raro, o escravo ocupava-se, alternadamente, no trabalho doméstico
urbano e na parcela agrária senhorial, se a distância permitisse. Mesmo as
famílias mais pobres esforçavam-se em ter, pelo menos, um escravo.
O cativo
constituía importante fonte de renda senhorial. Era comum a compra de escravos
para
alugá-los a particulares e ao Estado. As grandes obras e as minas eram mercado
seguro para esta forma de
aplicação. Era igualmente comum conceder uma ampla liberdade de iniciativa e
movimento aos escravos sob a obrigação de entrega de uma renda periódica
prefixada. Estes cativos podiam até mesmo habitar
independentemente e chegar a juntar considerável pecúlio, se habilidosos e
cometidos. Nesta situação,
labutavam escravos dedicados a diversas atividades artesanais ou a várias
formas de prestação de serviços. Em Atenas e outras regiões da Grécia,
escravos foram empregados como ‗funcionários públicos‘; comprados
pelo Estado, trabalhavam como varredores, agentes policiais, carrascos,
verificadores de pesos e medidas, escrivães....Geralmente recebiam o
suficiente, segundo parece, para se vestires e alimentarem.
As
condições de vida e trabalho do escavo urbano dependiam mais do contexto em que
trabalhavam e das funções que exerciam do que se seu status jurídico. Um escavo
do Estado empregado em
importante função burocrática vivia existência aprazível. Um cativo exercendo
tarefas duras e pesadas como o transporte de mercadorias ou a moagem de
grãos podia vegetar execravelmente. No geral, a vida do escravo urbano
parece ter sido suportável, segundo os padrões da época.
Na Grécia
Antiga, os escravos mineradores conheceram os mais duros padrões de trabalho e
existência. A importante produção argentífera ateniense do Láurio sustentou-se
essencialmente sobre o trabalho escravo. O trabalho era pesadíssimo, o
repouso escasso, a comida pouca. Acredita-se ter sido comum os escravos
trabalharem acorrentados e receberem castigos físicos. Dormiam em ‗senzalas‘
estreitas, insalubres e estritamente vigiadas. A fuga de cativos
mineradores era fato corriqueiro e, quando da invasão da Ática pelos espartanos,
na última década da guerra do Peloponeso, milhares de escravos desertaram e
fugiram.
―Para Aristóteles, o escravo é uma propriedade instrumental provida de
alma. Todos os seres, desde o primeiro instante do seu nascimento, são por
assim dizer marcados pela natureza, uns para comandar, outros para
obedecer. Considerado do ponto de vista da natureza, o escravo é para o
senhor aquilo que o corpo é para a alma. Todos aqueles que só têm para nos
oferecer o uso do corpo estão condenados pela natureza à escravidão.
E‘ melhor para eles servir do que serem abandonados a si próprios.
Em resumo, é naturalmente escravo todo aquele que tem pouca alma
e tão poucas qualidades que se sujeita a colocar-se na dependência
de outrem.(...)‖
Com
relação à democracia que, no plano político, é, sem dúvida, a grande
contribuição dos gregos para o mundo moderno, é necessário que se façam
algumas considerações. De fato, para muitos
críticos, é bastante estranho que, numa cidade como Atenas, por exemplo,
se fale de democracia, quando se sabe que as mulheres, os metecos e os
escravos não possuíam qualquer direito político. Mais uma vez temos que
considerar a questão sob a ótica da época. Não podemos julgar a democracia
grega a partir dos nossos conceitos atuais. E‘ importante entender a
democracia a partir de três conceitos básicos: a igualdade política, a
igualdade social e governo do povo. A igualdade política significa que
é democrático um Estado onde a lei é a mesma para todos (isonomia),
igual também a participação nos negócios (isegoria) e no Poder (isocracia)
A igualdade social se traduzia na possibilidade de todos os
cidadãos participarem da vida pública, até mesmo os pobres. E o governo do
povo significa que todo e cada cidadão tem o dever de participar dos
assuntos da cidade. Uma das mais expressivas conceituações da democracia
ateniense foi formulada no século V a. C. , por Péricles:
‖Nossa
constituição política não segue as leis de outras cidades, antes lhe serve de
exemplo. Nosso governo se chama democracia, porque a administração serve
aos interesses da maioria e não de uma minoria. De acordo com nossas leis,
somos todos iguais no que se refere aos negócios privados. Quanto à
participação na vida pública, porém, cada qual obtém a consideração de acordo
com seus méritos e, mais importante, é o valor pessoal que a classe à que
pertence, isto quer dizer que ninguém sente o obstáculo de sua pobreza ou
da condição social inferior quando o seu valor o capacite a prestar
serviços a cidade.(...) Por estas razões e muitas mais ainda nossa cidade
é digna de admiração.‖
CURIOSIDADES
DA HISTÓRIA
Os gregos
foram os pioneiros nas definições de Política e Democracia, tanto que
respectivamente Aristóteles e Platão escreveram
as obras sublimes A POLÍTICA e A REPÚBLICA.
O Antigo Egito
29/05/2012
Parte 1/2
Parte 2/2
No processo de formação das primeiras
civilizações, a região do Crescente Fértil foi um importante espaço, na qual a
relação de dependência do homem em relação à natureza diminuía e vários grupos
se sedentarizavam. A domesticação de animais, a invenção dos primeiros arados, a
construção de canais de irrigação eram exemplos de que a agricultura viria a
ocupar um novo lugar no cotidiano do homem. Mais do que isso, todo esse
conhecimento foi responsável pela formação de amplas comunidades.
Entre todas essas civilizações, o Egito
destacou-se pela organização de um forte Estado que comandou milhares de
pessoas. Situada no nordeste da África, a civilização egípcia teve seu
crescimento fortemente vinculado aos recursos hídricos fornecidos pelo Rio
Nilo. Tomando conhecimento do sistema de cheias desse grande rio, os egípcios
organizaram uma avançada atividade agrícola que garantiu o sustento de um
grande número de pessoas.
Além dos fatores de ordem natural, devemos salientar que a presença de um Estado centralizado, comandado pela figura do Faraó, teve relevante importância na organização de um grande número de trabalhadores subordinados ao mando do governo. Funcionários eram utilizados na demarcação de terras e cada camponês era obrigado a reservar parte da produção para o Estado. Legumes, cevada, trigo, uva e papiro estavam entre as culturas mais comuns neste território.
Observando as grandes construções e o legado do povo egípcio, abrimos caminho para um interessante debate de cunho histórico. Tomando como referência as várias descobertas empreendidas no campo da Astronomia, Matemática, Arquitetura e Medicina, vemos que os egípcios não constituíram simplesmente um tipo de civilização “menos avançado” que o atual. Afinal de contas, contando com recursos tecnológicos bem menos avançados, eles promoveram feitos, no mínimo, surpreendentes.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
-
A escrita do antigo Egito
-
A invasão dos hicsos
-
A literatura do antigo Egito
-
Deuses egípcios
-
Egito
-
Egito Antigo - Antigo Império
-
Egito Antigo – Médio Império
-
Egito Antigo – Novo Império
-
Faraós negros do Egito Antigo
-
Morte e mumificação no Egito Antigo
-
Religiosidade egípcia
-
Sociedade Egípcia
Mesopotâmia, significa: Terra entre dois rios...
Vamos assistir o vídeo para compreender melhor?
PARTE 1
PARTE 2
As Grandes Civilizações
As grandes civilizações que surgiram no período conhecido como
Antiguidade foram às grandes percussoras de culturas e patrimônio que
hoje conhecemos. Estas grandes civilizações surgiram de um modo geral,
por causa das tribos nômades que se estabeleceram em um determinado
local onde teriam condições de desenvolver a agricultura. Surgindo
assim as primeiras aldeias organizadas e as primeiras cidades, dando
início às grandes civilizações.
Estas grandes civilizações surgiram por volta do quarto milênio a.C.
com a característica principal de terem se desenvolvido às margens de
rios importantes, como o rio Tigre, o Eufrates, o Nilo, o Indo e do
Huang He ou rio Amarelo.
A Mesopotâmia é considerada o berço da civilização. Esta região foi
habitada por povos como os Acádios, Babilônios, Assírios e Caldeus.
Entre as grandes civilizações da Antiguidade podemos citar ainda os
fenícios, sumérios, os chineses, os gregos, os romanos, os egípcios,
entre outros.
As grandes Civilizações e suas organizações
As primeiras civilizações se formaram a partir de
quando o homem descobriu a agricultura e passou a ter uma vida mais
sedentária, por volta de 4.000 a.C. Essas primeiras civilizações se
formaram em torno ou em função de grandes rios: A Mesopotâmia estava
ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a Índia ao Indo, a
China ao Amarelo.
Foi no Oriente Médio que tiveram início
as civilizações. Tempos depois foram se desenvolvendo no Oriente outras
civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes
rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos
hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos
teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes
conflituosas relações com os demais.
Mesopotâmia: o berço da civilização
A
estreita faixa de terra localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente
Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia,
que significa “entre rios” (do grego, meso
= no meio; potamos
= rio). Essa região foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por
uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e
dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos mesopotâmicos. Sumérios,
babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns desses povos.
Esta
civilização é considerada uma das mais antigas da história.
![]() |
Mesopotâmia |
Os sumérios (4000 a.C. – 1900 a.C.)
Foi
nos pântanos da antiga Suméria que surgiram as primeiras cidades conhecidas na
região da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Nipur.
Os povos da Suméria enfrentaram muitos obstáculos naturais. Um deles era as violentas e irregulares cheias dos rios Tigre e Eufrates. Para conter a força das águas e aproveita-las, construíram diques, barragens, reservatórios e também canais de irrigação, que conduziam as águas para as regiões secas.
Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento de um tipo de escrita, chamada cuneiforme, que inicialmente, foi criada para registrar transações comerciais.
A escrita cuneiforme – usada também pelos sírios, hebreus e persas – era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia, dificultando a representação de sentimento, ações ou idéias abstratas, com o tempo, os sinais pictóricos converteram-se em um sistema de sílabas. Os registros eram feitos em uma placa de argila mole. Utilizava-se para isso um estilete, que tinha uma das pontas em forma de cunha, daí o nome de escrita cuneiforme.
Quem decifrou esta escrita foi Henry C. Rawlinson, através das inscrições da Rocha de Behistun. Na mesma época, outro tipo de escrita, a hieroglífica desenvolvia-se no Egito.
![]() |
Caracteres cuneiformesgravados na Suméria, por volta de 3200 a.C. |
Na sociedade suméria havia escravidão, porém o número
de escravos era pequeno. Grupos de nômades, vindos do deserto da
Síria, conhecidos como Acadianos, dominaram as cidades-estados da
Suméria por volta de 2300 a.C.
Os povos da Suméria destacaram-se também
nos trabalhos em metal, na lapidação de pedras preciosas e na
escultura. A construção característica desse povo é a zigurate,
depois copiada pelos povos que se sucederam na região. Era uma torre
em forma de pirâmide, composta de sucessivos terraços e encimada por um
pequeno templo.
Os Sumérios eram
politeístas e faziam do culto aos deuses uma das principais atividades a
desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações deixavam
estatuetas de pedra diante dos altares para rezarem em seu nome.
Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da Suméria.
Os sumérios merecem destaque também por terem sido os primeiros a construir veículos com rodas.
As cidades sumérias eram autônomas, ou seja, cada qual possuía um governo independente. Apenas por volta de 2330 a.C., essas cidades foram unificadas.
O processo de unificação ocorreu sob comando do rei Sargão I, da cidade de Acad. Surgia assim o primeiro império da região.
O império construído pelos acades não durou muito tempo. Pouco mais de cem anos depois, foi destruído por povos inimigos.
Os babilônios (1900 a. C – 1600 a.C.)
Os babilônios estabeleceram-se ao norte
da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando
diversas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o
rei Hamurabi, que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a
Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia.
Hamurabi impôs a todos os povos
dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação,
baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço
por braço, etc.) O Código de Hamurabi, como ficou conhecido, é um dos
mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurabi
desenvolveu esse conjunto de leis para poder organizar e controlar a
sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de
uma forma proporcional ao delito cometido.
Os babilônios também desenvolveram um
rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais
sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o
desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e
com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso
relógio de sol.
Além de Hamurabi, um outro imperador que
se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor,
responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez
para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os
babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de
Jerusalém.
Após a morte de Hamurabi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste.
Os hititas (1600 a. C – 1200 a.C.)
Os Hititas foram um povo indo-europeu,
que no 2º milênio a.C. fundaram um poderoso império na Anatólia Central
(atual Turquia), região próxima da Mesopotâmia. A partir daí,
estenderam seus domínios até a Síria e chegaram a conquistar a
Babilônia.
Provavelmente, a localização de sua
capital, Hatusa, no centro da Ásia Menor, contribuiu para o controle
das fronteiras do Império Hitita.
Essa sociedade legou-nos os mais
antigos textos escritos em língua indo-européia. Essa língua deu origem
à maior parte dos idiomas falados na Europa. Os textos tratavam de
história, política, legislação literatura e religião e foram gravados em
sinais cuneiformes sobre tábuas de argila.
Os Hititas utilizavam o ferro e o
cavalo, o que era uma novidade na região. O cavalo deu maior velocidade
aos carros de guerra, construídos não mais com rodas cheias, como as
dos sumérios, mas rodas com raios, mais leves e de fácil manejo.
O exército era comandado por um rei,
que também tinha as funções de juiz supremo e sacerdote. Na sociedade
hitita, as rainhas dispunham de relativo poder.
No aspecto cultural podemos destacar a escrita hitita, baseada em representações pictográficas (desenhos). Além desta escrita hieroglífica, os hititas também possuíam um tipo de escrita cuneiforme.

Pictograma mostrando um guerreiro hitita.
Assim como vários povos da antiguidade,
os hititas seguiam o politeísmo (acreditavam em várias divindades). Os
deuses hititas estavam relacionados aos diversos aspectos da natureza
(vento, água, chuva, terra, etc).
Em torno de 1200 a.C., os hititas foram
dominados pelos assírios, que, contando com exércitos permanentes,
tinham grande poderio militar.
A queda deste império dá-se por volta do século 12 a.C.
A queda deste império dá-se por volta do século 12 a.C.
Os assírios (1200 a. C – 612 a.C.)
![]() | |
Assírios |
Legenda: Painel de pedra
que decorava o palácio do rei Assurbanipal, em Nínive, arqueiros
assírios colocam em fuga um contingente de árabes montados em camelos.
Os assírios habitavam a região ao norte
da babilônia e por volta de 729 a.C. já haviam conquistado toda a
Mesopotâmia. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa
região que hoje pertence ao Iraque.
![]() | |
Assíria |
Este povo destacou-se pela organização e
desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma
das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade.
Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam,
impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter
respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes,
tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que
conquistavam.
Empreenderam a conquista da Babilônia, e
a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até
atingirem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conheceu seu
período de maior glória e prosperidade durante o reinado de
Assurbanipal.
Assurbanipal foi o último grande rei dos
assírios. Durante o seu reinado (668 - 627 a.C.), a Assíria se tornou a
primeira potência mundial. Seu império incluía a Babilônia, a Pérsia, a
Síria e o Egito.
Ainda no reinado de Assurbanipal, os
babilônios se libertaram (em 626 a.C.) e capturaram Ninive. Com a morte
de Assurbanipal, a decadência do Império Assírio se acentuou, e o
poderio da Assíria desmoronou. Uma década mais tarde o império caía em
mãos de babilônios e persas.
O estranho paradoxo da cultura assíria
foi o crescimento da ciência e da matemática. Este fato pode em parte
explicado pela obsessão assíria com a guerra e invasões. Entre as
grandes invenções matemáticas dos assírios está a divisão do círculo em
360 graus, tendo sido eles dentre os primeiros a inventar latitude e
longitude para navegação geográfica. Eles também desenvolveram uma
sofisticada ciência médica, que muito influenciou outras regiões, tão
distantes como a Grécia.
Os caldeus (612 a. C – 539 a.C.)
A Caldéia era uma região no sul da Mesopotâmia,
principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é
usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A região da Caldéia é uma
vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a
cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60
quilômetros em largura.
Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia. Esse império ficou conhecido como Neobabilônico ou Segundo Império Babilôncio. Seu mais importante soberano foi Nabucodonosor.
Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Além de estender seus domínios, foram feitos muitos escravos entre os habitantes de Jesuralém. Seguiu-se então um período de prosperidade material, quando foram construídos grandes edifícios com tijolos coloridos.
Em 539 a.C., Ciro, rei dos persas, apoderou-se de
Babilônia e transformou-a em mais uma província de seu gigantesco império.
A organização social dos
mesopotâmios
Sumérios, babilônios, hititas, assírios, caldeus.
Entre os inúmeros povos que habitaram a Mesopotâmia existiam diferenças
profundas. Os assírios, por exemplo, eram guerreiros. Os sumérios dedicavam-se
mais à agricultura.
Apesar dessas diferenças, é possível estabelecer
pontos comuns entre eles. No que se refere à organização social, à religião e à
economia. Vamos agora conhecê-las:
A sociedade
As classes sociais - A sociedade estava dividida em
classes: nobres, sacerdotes versados em ciências e respeitados, comerciantes,
pequenos proprietários e escravos.
A organização social variou muito pelos séculos,
mas de modo geral podemos falar:
- Dominantes: governantes, sacerdotes, militares e comerciantes.
- Dominados: camponeses, pequenos artesãos e escravos (normalmente presos de guerra).
- Dominantes detinham o poder de quatro formas básicas de manifestação desse poder: riqueza, política, militar e saber. Posição mais elevada era do rei que detinha poderes políticos, religiosos e militares. Ele não era considerado um deus, mas sim representante dos deuses.
- Os dominados consumiam diretamente o que produziam e eram obrigados a entregar excedentes para os dominantes
A religião
Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é,
adoravam diversas divindades, e acreditavam que elas eram capazes de fazer
tanto o bem quanto o mal, não acreditavam em recompensas após a morte,
acreditavam em crença em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Seus
deuses eram numerosos com qualidades e defeitos, sentimentos e paixões,
imortais, despóticos e sanguinários.
Cada divindade era uma força da natureza como o
vento, a água, a terra, o sol, etc, e do dono da sua cidade. Marduk, deus de
Babilônia, o cabeça de todos, tornou-se deus do Império, durante o reinado de
Hamurabi. Foi substituído por Assur, durante o domínio dos assírios. Voltou ao
posto com Nabucodonosor.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.
Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/mesopotamia/p4.php
Divisões/Períodos da história
O período que vai do aparecimento dos seres humanos
na Terra até o desenvolvimento da escrita, cerca de 3.500 anos a.C., é chamado
por muitos historiadores de pré-história.
A denominação pré-história começou a ser
utilizada no século XIX. Nessa época, acreditava-se que só era possível
recuperar a história de qualquer sociedade se ela dominasse a escrita.
O registro escrito era, então, considerado a única
fonte confiável das experiências humanas. A tradição oral, as pinturas, os
objetos de uso cotidiano, por exemplo, representavam fontes secundárias e pouco
confiáveis.
Assim, a escrita passou a ser o marco divisório
entre sociedades históricas (que dominavam a escrita) e pré-históricas
(que não dominavam a escrita).
Pré-história ou História dos
povos pré-letrados
O termo Pré-história foi criado em 1851 e
pretendia designar o período da vida da espécie humana anterior à invenção da
escrita. A história seria estudada, portanto, a partir do momento em que
surgiram os primeiros documentos escritos. Essa idéia é hoje muito
criticada, afinal, os humanos que não sabiam escrever também têm história. Eles
viviam, comiam, faziam objetos, se comunicavam. Como já sabemos, não é preciso
o documento escrito para a pesquisa histórica. A cultura material também é
fonte importante para o trabalho do historiador.
Pelos desenhos deixados nas cavernas – as
chamadas pinturas rupestres – o historiador pode obter indícios do que aqueles
homens faziam, como pensavam, enfim, como eles viam o seu mundo. Pelos
vestígios de utensílios, de ferramentas, o historiador pode saber como essas
pessoas comiam, de que forma caçavam os animais, se faziam fogueiras, etc. Por
isso, muitos estudiosos, hoje em dia, preferem chamar a Pré-História de
História dos povos pré-letrados ou povos ágrafos, isto é, História dos povos
que não sabiam escrever.
Divisão dos períodos da Pré-História
A história dos povos pré-letrados é usualmente dividida em três períodos:
- Paleolítico ou Período da Pedra Lascada: se estendeu da origem do homem até aproximadamente 10.000 a.C., isto é, por cerca de três milhões de anos. A sociedade paleolítica caracterizou-se pela busca de subsistência, ou seja, o homem procurava tudo o que era necessário para sustentar a vida por meio da caça, da pesca, da coleta de frutos, sementes e raízes, e da confecção e utilização de objetos de pedra lascada, ossos e dentes de animais. Por isso, o Período Paleolítico é também chamado de Idade da Pedra Lascada.
|
Nessas sociedades, os homens e as mulheres viviam
em bandos, dividindo o espaço e as tarefas. Para se protegerem do frio, da
chuva, e dos animais ferozes, buscavam abrigo nas cavernas ou reentrâncias de
rochas, daí a denominação "homens das cavernas".
Alguns estudiosos acreditam que eles tenham
também construído tendas de pele ou cabanas. Uma conquista fundamental do
homem paleolítico ocorreu há cerca de 500 mil anos: o uso do fogo.
É possível que, a princípio, o fogo tenha sido
obtido pela queda de raios. Mas, com o tempo, eles aprenderam a obter o
fogo por meio do atrito de pedra ou de pedaços de madeira. Sem dúvida, o fogo
foi muito útil para essas pessoas: protegia contra o frio; aquecia os
alimentos e ajudava a espantar os animais.
|
TEMPO HISTÓRICO
Assim
como podemos contar o tempo através do tempo
cronológico, usando relógios ou calendários, temos ainda outros
tipos de tempo: o tempo
geológico, que se refere às mudanças ocorridas na crosta
terrestre, e o tempo
histórico que está relacionado às mudanças nas sociedades
humanas.
O
tempo histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais provocam as
mudanças sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas.
O
tempo histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a
realidade em estudo. Nos anos 60, por exemplo, em quase todo o Ocidente, a
juventude viveu um período agitado, com mudanças, movimentos políticos e
contestação aos governos. O rock,
os hippies, os
jovens revolucionários e , no Brasil, o Tropicalismo (Caetano Veloso, Gal
Costa, Gilberto Gil, entre outros) e a Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo
Carlos, entre tantos outros), foram experiências sociais e musicais que deram à
década de 60 uma história peculiar e diferente dos anos 50 e dos anos 70.
Isto
é o tempo histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus
acontecimentos característicos, levando em conta que, naquele momento
escolhido, muitos seres humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a
natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico.
A
história não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o historiador é
obrigado a ir e voltar no tempo. Ele volta para compreender as origens de uma
determinada situação estudada e segue adiante ao explicar os seus resultados.
A contagem do tempo histórico
O
modo de medir e dividir o tempo varia de acordo com a crença, a cultura e os
costumes de cada povo. Os cristãos, por exemplo, datam a história da
humanidade a partir do nascimento de Jesus Cristo. Esse tipo de calendário é
utilizado por quase todos os povos do mundo, incluindo o Brasil.
O
ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento
que é considerado o mais importante.
O
ano de 2008, em nosso calendário, por exemplo, representa a soma dos anos
que se passaram desde o nascimento de Jesus e não todo o tempo que transcorreu
desde que o ser humano apareceu na Terra, há cerca de quatro milhões de anos.
Como
podemos perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco em nossa
forma de registrar o tempo. Todos os anos e séculos antes do nascimento de
Jesus são escritos com as letras a.C. e, dessa maneira, então 127 a.C., por
exemplo, é igual a 127 anos antes do nascimento de Cristo.
Os
anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo não são escritos
com as letras d.C., bastando apenas escrever, por exemplo, no ano 127.
O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizadas são:
O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. Algumas medidas de tempo muito utilizadas são:
- milênio: período de 1.000 anos;
- século: período de 100 anos;
- década: período de 10 anos;
- qüinqüênio: período de 5 anos;´
- triênio: período de 3 anos;
- biênio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal).
Entendendo as convenções para contagem de tempo
Para
identificar um século a partir de uma data qualquer, podemos utilizar operações
matemáticas simples. Observe.
- Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao (s) primeiro (s)algarismo (s) à esquerda desses zeros. Veja os exemplos:
ano 800:
século VIII
ano 1700: século XVII
ano 2000: século XX
ano 1700: século XVII
ano 2000: século XX
- Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a dezena, se houver, e adicione 1 ao restante do número, Veja:
ano 5:
0+1=
1
século I
ano 80: 0+1= 1 século I
ano 324 3+1=4 século IV
ano 1830 18+1=19 século XIX
ano 1998 19+1=20 século XX
ano 2001 20+1=21 século XXI
ano 80: 0+1= 1 século I
ano 324 3+1=4 século IV
ano 1830 18+1=19 século XIX
ano 1998 19+1=20 século XX
ano 2001 20+1=21 século XXI
Evolução humana
Em oposição ao criacionismo, a teoria evolucionista
parte do princípio de que o homem é o resultado de um lento processo de
alterações (mudanças). Esta é a idéia central da evolução: os
seres vivos (vegetais e animais, incluindo os seres humanos) se originaram de
seres mais simples, que foram se modificando ao longo do tempo.
Essa teoria, formulada na segunda metade do
século XIX pelo cientista inglês Charles Darwin, tem sido aperfeiçoada pelos
pesquisadores e hoje é aceita pela maioria dos cientistas.
![]() | |
Charles Darwin |
Após abandonar seus estudos em medicina, Charles
Darwin (1809 – 1882) decidiu dedicar-se às pesquisas sobre a natureza. Em 1831
foi convidado a participar, como naturalista, de uma expedição de cinco anos ao
redor do mundo organizada pela Marinha britânica.
Em 1836, de volta à Inglaterra, trazia na
bagagem milhares de espécimes animais e vegetais coletados em todos os
continentes, além de uma enorme quantidade de anotações. Após vinte anos de
pesquisas baseadas nesse material, saiu sua obra prima: A Origem das
Espécies através da seleção natural, livro publicado em 1859.
A grande contribuição de Darwin para a teoria da
evolução foi a idéia da seleção natural. Ele observou que os
seres vivos sofrem modificações que podem ser passadas para as gerações
seguintes.
No caso das girafas, ele imaginou que,
antigamente, haveria animais de pescoço curto e pescoço longo. Com a oferta
mais abundante de alimentos no alto das árvores, as girafas de pescoço longo
tinham mais chance de sobreviver, de se reproduzir e assim transmitir essa
característica favorável aos descendentes. A seleção natural nada mais
é, portanto, do que o resultado da transmissão hereditária dos caracteres que
melhor adaptam uma espécie ao meio ambiente. [...]
A idéia seleção natural não encontrou muita
resistência, pois explicava a extinção de animais como os dinossauros, dos
quais já haviam sido encontrados muitos vestígios. O que causou grande
indignação, tanto nos meios religiosos quanto nos científicos, foi a afirmação
de que o ser humano e o macaco teriam um parente em comum, que vivera há milhões
de anos. Logo, porém surgiria a comprovação dessa teoria, à medida que os
pesquisadores descobriam esqueletos com características intermediárias
entre os humanos e os símios.
Fonte: http://www.sohistoria.com.br
Assista ao vídeo para compreender melhor!!!
Uma viagem a nossa origem!!!
Assista ao vídeo para compreender melhor!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por seu comentário! :)